monstro vestido de médico

Gente, esqueci de contar, pra não esquecer que a vida não é só brisa.
Minha mãe caiu no banheiro e quebrou o joelho
Acreditam que o médico mandou ela pra casa com a perna engessada?
Sim, ele falou que ela voltaria em 30 dias pra retirar a tala...Ela tem 97 anos, 

prótese total de fêmur e esse homem que se veste de médico, mandou pra casa, joelho quebrado.
A sorte é que a gente trouxe ela pra cidade em que moro, ela chorava de dor, tadinha.
Ao final de 30 dias, solicitamos uma ambulancia que a conduziu até o hospital e ao tirar o Raio-X
veio a surpresa, joelho quebrado, tadinha gente, por isso ela chorava de dor.
Quando foi pra retornar à sua cidade, devidamente acompanhada por equipe de saúde, heis que

o tal médico estava de plantão e novamente a atendeu, vocês naõ  vão acreditar, mas ele falou que

iria indicar cirurgia não, pelo fato dela ser muito"velha", palavras dele, o tal médico.
Se recusava a indicar cirurgia, ainda falou que ela viveria em cuidados paliativos em casa.
Juro que se eu tivesse uma máquina que desmaterializasse, esse ser estaria jogado no meio

da poeira cósmica, poluindo o espaço.

Mas graças á minha filha e aos amigos-anjos que ela tem, e claro, graças a Deus; minha mãe passou por cirurgia e agora está bem.

Vou contar um negóço, viu!

 Que saudades de vir aqui no meu cantinho secreto
Tanta coisa aconteceu nesse tempo de sumiço.

Thiago casou, se mudou e teve uma filha, a Luisa, minha princesa
Depois ele se mudou novamente e voltou pra pertinho

Depois se mudou pra longe novamente e nasceu a Laura
Agora ele mora no Maranhão
A Lorrane mora em Uberlandia, continua sendo a médica mais linda 

da unidade em trabalha.

Thiago é o melhor exemplo de pai que existe

Lorrane é a titia-madrinha da Luisa mais corujo
Ano passado a Luisa passou com a gente o aniversário dela e a Lorrane fez todas 

vontades da afilhada, festa temática, ficou linda!
Sobrevivemos à pandemia e fomos conhecer o Rio de Janeiro...Voltamos com  COVID
Pode um trem desse?
A gente sobrevive ao tal virus mortal, passa os piores perrengues, fica sem se abraçar

Viaja pra cidade maravilhosa  e volta bichados.

É brinquedo não


Mais um capítulo?



É isso gente, estou na luta novamente, uma vez vestida de guerreira, sempre na batalha, e para ganhar novamente, podem acreditar.
Até breve, quando os exames ficarem prontos voltarei pra gente conversar novamente.




Desculpem a demora, ano passado foi bastante conturbado; dia 16 de julho fui pra casa de minha mãe uma vez que dia 17 era meu aniversário e sempre passo com ela; na noite de 16/07 ela reclamava muita dor na perna, fui até a casa de minha irmã que mora ao lado buscar um gel para massageá-la, chamei minha mãe até o seu quarto para que aplicasse o gel; quando olhei pra trás percebi que ela estava parada pedindo ajuda; havia fraturado o fêmur. Passei a noite inteira sentada numa cadeira ouvindo ela gritar de dor.
Foi submetida a uma cirurgia de prótese total no dia 09 de agosto.
Fiquei tomando conta dela por quase dois meses.
Sinceramente eu não tinha esperanças de ver a minha mãe caminhando novamente, ficou em cadeira de rodas, tinha medo de pisar no chão. Hoje ela caminha sozinha com andador articulado. Vou à casa dela a cada 15 dias, revezo com a minha cunhada os finais de semana; de segunda a sexta feira eu pago uma pessoa pra fazer companhia a ela.Nessa correria eu me esqueci de meus exames. Embora o médico tenha falado que sou portadora de SJ e tenha sugerido os exames complementares só por segurança, eu fiz e ainda não procurei os resultados, sei que isso é visto como descuido, mas prometo que tão logo esteja com os exames em mãos, postarei pra vocês!
.Até qualquer hora!

Marina Liberato

Mais um capítulo?

Depois de tantas lutas e de tantas vitórias a minha vida parecia um pouco pacata.(risos)
Há alguns anos fui diagnosticada com alguns nódulos nas glândulas salivares; mas embora parecesse um caso novo e ainda não haviam notícias sobre o mesmo, o médico na época aconselhou uma cirurgia para remoção dos tais carocinhos, analisamos a situação e devido à deformação que sofreria na face, afetaria a expressão facial; optamos por não fazer.
O tempo foi passando e a falta de saliva foi agravando a ponto de provocar crises de tosse, inflamação das parótidas  e dificultava na alimentação, também os cuidados com os dentes intensificaram, pois com a falta da saliva os dentes ficaram mais suscetíveis a cáries.
No ano de 2014 resolvi procurar um oftalmologista, durante os exames o mesmo constatou que meus olhos estavam muito secos e impossibilitava a realização dos procedimentos; me aconselhou a procurar um reumatologista para investigar uma doença denominada "sindrome de sjogren", fiquei meio chateada e pensando como seria se confirmasse tal suspeita.
Iniciei a procura por um médico que atendesse pelo meu convenio, marquei a consulta e realizei um exames de sangue para medir os níveis de anticorpos e demais células presentes no sangue. De posse do resultado procurei o médico para ouvir dele o veredito, foi confirmado que eu estava com a tal síndrome.
O médico solicitou mais outro tanto de exames, teste da lágrima de Schirmer; biópsia labial; ecodoplercardiograma, tomografia computadorizada multislice do torax; angiografia por ressonancia; outros muitos exames de sangue.
Segundo o médico reumatologista a sindrome de Sjogren é uma doença autoimune que afeta as glandulas produtoras de saliva e lagrimas, causando olhos e boca seca, podendo tambem afetar outras partes do corpo e causar problemas nos rins e pulmões, o sistema imunológico desenvolve anticorpos que atacam o proprio organismo.
Confesso que sai do consultório de farol bem baixo, fui à procura dos especialistas para realizar os exames solicitados; para minha surpresa só não fiz o teste schirmer e a biopsia, pois não encontrei nenhum profissional que coletasse os materiais para as analises.
O medico prescreveu um medicamento que segundo ele seria meu "AAS" para sempre, tomarei esses comprimidinhos por uns 90 anos ainda (risos).
É isso gente, estou na luta novamente, uma vez vestida de guerreira, sempre na batalha, e para ganhar novamente, podem acreditar.
Até breve, quando os exames ficarem prontos voltarei pra gente conversar novamente.

Marina Liberato da Silva Ribeiro.


Infância


E a vida seguia naquela casinha simples barreada e coberta com folhas de coqueiro.
Nada assustava ou amedrontava, o canto da cotovia e o relinchar dos cavalos era a única música matinal  ouvida todas as manhãs, o nosso despertador era o galo garnizé que cantava  alto e desafinado.
À noitinha meu pai ligava o seu radinho de pilha e se sentava num banquinho de madeira feito por ele, ficava pitando seu cigarro de palha e balançando os pés ao som de Nana Caymmi, Altemar Dutra, Leo canhoto e Robertinho e muitos outros cantores daquela época.
Meu pai pitando seu cigarro e ouvindo música enquanto a gente corria pelo terreiro brincando de cobra cega,  minha mãe ficava fazendo os remendos nas roupas, vez ou outra olhava e sorria daquela algazarra.
Quando se é criança os problemas são inexistentes e os medos só aparecem quando a noite cai e a escuridão engole o dia.

TORMENTA-06

...Fiquei hospitalizada por mais oito dias e fui liberada para passar o Natal com minha família, prometi que voltaria para realizar alguns exames e que não deixaria de tomar a Varfarina, para que o sangue não continuasse coagulando, promessa feita.
Chegando em casa após tantos dias longe, confesso que as coisas me pareciam estranhos, o ambiente, o som, as cores, não saberia explicar e acredito que ninguém o faria, pois tudo parecia muito sem sentido e meio estranho. Minha casa era a mesma, as pessoas não mudaram, nem a mobília mudara, mas eu mudei, não sei ao certo como ou o quanto, mas mudei e já não me via no mesmo contexto e com a mesma visão de antes.
Natal é tempo de renascimento e de reflexões, eu estava em casa novamente, estava rodeada das pessoas que eu amava, muitas visitas e muitas pessoas falavam muito sobre a importância que minha presença fazia em suas vidas, muitos amigos e familiares, festa. Mas eu ainda não me encontrava, estava com a sensação de estar olhando a tudo e a todos como se fosse a primeira vez.
Minha cabeça ainda estava com a sensação de vazio de lembranças e eu tentava me situar no tempo, tentava me lembrar onde o meu tempo parou e onde eu estava agora, parecia que o tempo não me esperou e passou rápido demais e agora eu precisava me atualizar dos fatos.
Chegou o Natal e como em todos os anos minha mãe e meu pai vieram passar em minha casa, minha mãe comemora seu aniversário dia 25 de dezembro e por esse motivo o meu natal sempre teve bolo e cantada de parabéns, para minha mãe e para Jesus Cristo.
Passadas as datas festivas, chegado o momento de procurar o Dr Roberto Carlos, conforme prometido, para realizar alguns exames e saber a gravidade da trombose.
Cheguei cedo ao consultório, quando o médico me viu ficou maravilhado com a minha aparência, ele segurou e analisou minhas mãos, falou que nem de longe eu parecia aquela pessoa totalmente deformada pelo inchaço, eu fiquei feliz com esse comentário. Ele indicou um exame chamado Ecodoppler.
A cada mês eu precisava realizar exame de sangue para controlar o RNI (tempo de protrombina), não poderia ultrapassar 2,5 e deveria ser regularmente monitorado.
Realizei o Ecodoppler e levei para que ele desse o diagnóstico, não era muito animador,  pois a trombose estava ativa apesar do anticoagulante e cirurgia não era indicado para o meu caso, realizei outros exames, inclusive dos pulmões para saber qual conduta a ser seguida.
Fiquei proibida de comer e/ou beber qualquer alimento que favorecesse a produção da vitamina K.
Seguia todas as orientações à risca e não conseguíamos controlar o avanço da trombose. Meu corpo criou um "socorro" para ajudar o meu coração a trabalhar, pequenos vasos espalhados em meu tronco.
Continuei com o tratamento com varfarina por mais alguns meses e parei, segundo o médico não adiantava colocar minha vida em risco, meu corpo não estava reagindo ao anticoagulante.
Me sinto um milagre ambulante passeando pela vida. Sou atleta e pratico atividade física todos os dias, não tenho tempo para pensar quando ou como vou mudar de dimensão, eu gosto de ficar aqui na terra e pretendo ficar muitos anos ainda, penso que viverei muitos anos ainda e ainda vou ensinar muita gente que a vida é uma passagem única, o que fazemos para que nossa existência seja uma forma de agradecimento por cada amanhecer e por gota de chuva que molha a terra em que pisamos, cada perfume e cada cor que a natureza oferece é único, nenhum milésimo de segundo volta e a vida é uma máquina engrenada para seguir sempre em frente, por tanto, não podemos retroceder e nem perder o nosso tempo reclamando.



TORMENTAS-05

...começou a investigação para diagnosticar aquela doença.
Vários exames de imagem foram realizados e nada de descobrir o que eu tinha.
Meu corpo inchava absurdamente e eu ficava cada vez mais sem capacidade de respirar sem a ajuda do oxigênio, recebia auxílio diário de uma fisioterapeuta e uma fonoaudióloga que me ensinavam exercícios de respiração.
Meus familiares e amigos me visitavam e à primeira vista era nítido o susto que esboçavam ao me ver, estava irreconhecível.
Numa manhã que não me lembro a data, precisei pulsionar uma veia para realizar um exame de contraste, porém não havia como encontrar o acesso devido ao inchaço, tentaram várias vezes nas mãos, braços e pés, não conseguiram; o chefe de enfermagem, me lembro o nome dele e acredito que nunca vou esquecer, Flávio, aproximou-se e olhou fixamente em meus olhos perguntando se eu confiava nele, sentia que tremia e suava, parecia estar mais apavorado que eu, respondi positivamente com a  cabeça que confiava sim, ele então pediu que mantivesse o pescoço virado para meu lado esquerdo e não mexesse em hipótese nenhuma, pois ele precisava colocar um cateter na minha jugular e certamente não seria muito confortável, mas era necessário. Fiquei imóvel, sentia as suas mãos trêmulas e sua respiração ofegante, demonstrava muito cuidado em não me causar mais dor do que já sentia.
Cateter colocado, fui conduzida ao local onde seria realizado o exame, voltei logo para o quarto, tive muita náusea e vomitei, acredito que devido ao jejum e ao contraste.
Uma equipe médica entrou em meu quarto acompanhados do doutor Teriovaldo, que compareceu ao hospital a meu pedido e ao me ver indagou se já haviam feito exames direcionando a enfermidade à trombose de cava superior, pois a minha aparência sugeria esse quadro. Após discutirem o caso, o doutor Roberto Carlos se dirigiu até mim e disse que na manhã seguinte ele iria me operar e tirar o causador daquela doença, o cateter colocado para realizar quimioterapia  e que não havia sido heparinizado seria o vilão da vez.
Na manhã seguinte, um domingo, fui submetida a uma cirurgia para retirada do cateter, na segunda feira já estava menos inchada e respirava sem oxigênio, graças a Deus as coisas estavam voltando ao normal.
Fiquei hospitalizada por mais oito dias e fui liberada para passar o Natal com minha família.