Ontem eu fui até
minhas lembranças
encontrei muitas ruínas
encontrei muitos retalhos, muitos caminhos inacabados, muitos atalhos e muitas voltas
Encontrei dúvidas e certezas, encontrei muitas opções de escolhas
Encontrei também fragmentos de quem sabe,
de talvez, de até logo, até breve, de nunca mais...
Mas ainda encontrei em tempo
de visualizar por alguns segundos
antes que desfragmentasse,
antes que acabasse, antes que morresse para sempre naquele segundo,
sim meu sorriso infantil e esperançoso
ainda estava lá, guardado na minha lembrança
Quando se é criança, se pode sonhar colorido, colorido de esperança, colorido de lollipop
Olhando um pouco mais adiante, alguns passos de segundo notei um espelho quebrado,
dentro estava uma pessoa
adulta e calada, cabisbaixa e pensativa
Não pude ver o rosto, mas me lembrou
alguém muito próximo de agora, os cabelos longos e jogados na face
encobria a sua identidade
Estremeci quando notei a semelhança,
trazia em uma mão a historia
de uma vida, e na outra mão
apertava forte uma caneta, a caneta que escrevia as nossas escolhas
Foi quando lembrei vagamente que nessa fração de segundo
eu poderia ainda escrever a minha historia, afinal a caneta da Vida só seca a sua tinta
quando desistimos de nós e esquecemos que somos
os autores e co-autores de nossas ações.
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20 de novembro de 2012 às 14:35
Lindo! "..a caneta da Vida só seca a sua tinta quando desistimos de nós.."