Manhã de céu cinza escuro
O vento frio parece lâmina que corta
Pessoas apressadas em seus mundos
quase pisam no semelhante deitado no chão

São visões distorcidas e frias
É a surdez conveniente da época
Cegueira muda e bem vestida
Passam e nem notam a fome deitada no chão

O sol começa a surgir em meio ao cinza escuro
As janelas se abrem para receber o calor do dia
Os olhos percorrem o relógio apressados
É a corrida incansável do cotidiano moderno

A insenbilidade quase vê a fome sentada na calçada
Hora do almoço e de correria contra o tempo
Portas se abrem dando acesso ao bater de talheres
Sobras, muitas sobras ao lixo lançadas

O tempo parou pra fome morrer
Sentado na calçada alguem espera
Parece um "bixo" revirando o "licho"
Nem frio, nem fome, nem pressa.

Invisivel ao mundo dos apressados
Ele come sem pressa seu banquete do dia
Sorrindo ele segue seu caminho
Sorrindo agradece a Deus e sai sem pressa

Com sorte espera dormir tranquilo
Numa noite menos fria
Só um pedido ele faz
Que Deus abençoe seu semelhante

Marina Liberato

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