SEM CORES

VENCER OU VENCER

A CESAR OQUE É DE CESAR!

BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE

Bola de gude

É incrível a capacidade de viajar que possuímos
Nesse momento estou lembrando do primeiro dia de aula
Posso sentir o cheirinho das folhas novas do caderno novinho
O cheiro da borracha nova é inesquecível
O lápis preto número dois que quase sempre
Embora que não fosse indicado, mas quase sempre
O lápis tinha a tabuada com as quatro operações
O tenizinho Conga, azul com a ponta branca
O Kichute que os meninos usavam, pretinho, novo
Depois ficava feio, gasto e chulezento (risos)
Tudo cheirava a primavera, as novas amizades
A hora do recreio, as brincadeiras...
A sopa de fubá, arroz doce, leite de soja
A bolacha de maisena redonda e sem graça
...Mas era a melhor na hora da fome
As maçãs, ah!! As maçãs sempre atraiam minha atenção
Grandes e vermelhas, suculentas e raras
Só algumas crianças levavam, essas não comiam da nossa "sopa"
As lancheirinhas azul e rosa, de plástico com alcinhas brancas
O uniforme era de tergal azul marinho e camisa de tergal branco
Os meninos usavam um shortinho curtinho com suspensório
As meninas usavam uma sainha plissada com suspensório
Meias brancas e Conguinha azul, era obrigatório ser uniformizado
Tinha também o pelotão da saúde, do qual eu fazia parte
Um jaleco branco e uma boina branca com uma cruz vermelha
Era o exército contra os piolhos e as unhas grandes e sujas
Era uma função muito importante na escola, cuidar dos nossos amiguinhos
Quase sempre encontravámos um piolhento e acionávamos a família
Então a diretora orientava e fornecia subsídios para o combate ao parasita
Tinha a prova de arguição, quem fazia as perguntas era a diretora
Ai de quem não soubesse as respostas...
Tinha seu nome exposto num mural no pátio da escola, era vergonhoso
As escolas não tinham muros altos, nem porteiros
Tinha um sinal que indicava a entrada e a saída, o início e o final do recreio
Ah! Esqueci de falar da lenda que amendrontava a todos
Ninguém entrava no banheiro sozinho, a mulher do algodão
Contava a lenda que ela havia morrido asfixiada com algodão na boca
Aparecia nos banheiros das escolas e pedia que tirasse o algodão da boca dela
Hoje eu penso que isso foi uma estratpegia inteligente
Com essa lenda, aluno não pedia pra ir ao banheiro, só no recreio (risos)
Lembro até hoje dos nomes das minhas professorinhas
Nadir, Natividade, Maria Eurípedes, essa ultima deu-me um livro que tenho até hoje
Tínhamos os momentos de leitura na vsta biblioteca, foi quando ganhei o tal livro
Tenho certeza que você, leitor, também deve estar revivendo momentos seus,
enquanto faz a leitura desse texto...Agradeço à vida por permitir essas saudades!

Marina Liberato.

POESIA VIVA





SOU MEU TEMPO

Com um sorriso no rosto eu me apresento
sou o vento que faz carinho nas flores
sou o sol que aquece a terra
sou a terra que recebe a semente
sou a semente que espera no tempo
sou a flor que perfume a vida
eu só não sou e nem quero ser
a falta de tempo pra respirar
não quero ser o sapato apertado
me recuso a ser o esquecimento
a falta da saudade...Serei então
a lembrança gostosa que transformaque faz tudo parecer mais próximo


a amizade que desconhece distancia
a mãe que vigia o sono, cuida
quero ser a vida em cada circunstância
serei lembrada em cada soprar de brisa
em cada balançar de pétalas
nas gotas da chuva caindo ao entardecer
nas noites estreladas e de lua prateada
sim, serei lembrada em cada suspiro de saudade
deixe, deixe que eu marque minhas pegadas
depois, só depois voce poderá falar...
que eu deixo saudades por onde passo
e levo um pouco de amor por onde vou!

Marina Liberato